OS ANOS DA MOCIDADE - 2



Começou a ficar mais escuro no quarto do hospital, como se fosse num grande bosque. Eu podia ouvir o vento soprando através das folhas, no entanto, parecia bem distante na floresta. Provavelmente você já ouviu um vento forte soprando as folhas, chegando cada vez mais perto de você. Pensei: “Bem, esta é a morte vindo me buscar.” Oh! Minha alma estava para se encontrar com Deus, tentei orar, mas não consegui.

Quanto mais perto o vento chegava, mais alto ficava. As folhas se agitavam e de repente, desmaiei.

Parecia, então, que eu era novamente um menininho descalço, de pé naquela passagem sob a mesma árvore. Ouvi aquela mesma Voz que disse: “Nunca beba ou fume.” E as folhas que ouvi eram as mesmas que sopravam naquela árvore aquele dia.

Mas desta vez a Voz disse: “Eu o chamei e você se recusou a ir.” Repetiu pela terceira vez.

Então eu disse: “Senhor, se és Tu, deixa-me voltar à terra e pregarei Teu Evangelho dos telhados das casas e esquinas das ruas. Contarei a todos sobre isso!”

Quando essa visão passou, notei que nunca tinha-me sentido melhor. Meu cirurgião ainda estava no prédio. Ele veio e olhou para mim e ficou surpreso. Ele olhou como se achasse que eu estaria morto, então disse: “Não sou homem que frequenta igreja, meu trabalho exige muito, mas sei que Deus visitou esse rapaz.” Por que ele disse isso, eu não sei. Ninguém tinha dito nada a respeito. Se eu soubesse então o que sei agora, eu teria me levantado daquela cama gritando: Louvado seja o Seu Nome.

Depois de alguns dias fui autorizado a voltar para casa, mas ainda estava doente e fui forçado a usar óculos por causa de astigmatismo. Minha cabeça tremia quando eu olhava para qualquer coisa por um momento.

Comecei a buscar para encontrar Deus. Fui de igreja em igreja, tentando encontrar uma onde fizessem um apelo ao altar como nos velhos tempos. A parte triste é que não consegui encontrar nenhuma.

Eu dizia que se algum dia fosse um cristão, eu seria um de verdade. Um ministro que me ouviu fazer esse comentário, disse: “Agora, jovem Billy, você está partindo para o fanatismo.” Eu dizia que se algum dia achasse religião, eu queria senti-la quando ela chegasse, exatamente como os discípulos sentiram.

Oh, louvado seja o Seu Nome. Eu achei religião, mais tarde, e ainda a tenho, e com a ajuda Dele, sempre a manterei.

Uma noite, eu fiquei tão faminto por Deus e por uma experiência real, que fui para o velho barracão na parte de trás da casa e tentei orar. Eu não sabia como orar, então apenas comecei a falar com Ele como falaria com qualquer outro. De repente entrou uma Luz no barracão e formou uma cruz e a Voz da cruz falou comigo numa língua que eu não conseguia entender. Então foi embora. Fiquei fascinado. Quando voltei a mim, orei: “Senhor, se és Tu, por favor, vem e fala comigo novamente.” Estava lendo minha Bíblia desde que voltei do hospital e tinha lido em I João 4: “Amados, não creiais em todos os espíritos, mas provai-os, se são de Deus.”

Eu sabia que um espírito havia aparecido a mim e como orei, apareceu novamente. Então pareceu-me que mil libras tinham sido levantadas da minha alma. Eu saltei e corri para a casa e parecia que eu estava correndo no ar.

Mamãe perguntou: “Bill, que aconteceu com você?” Respondi: “Não sei, mas sem dúvida me sinto bem e leve.” Não pude ficar mais em casa. Tive que sair e correr.

Fiquei ciente então que se Deus quisesse que eu pregasse, Ele me curaria. Assim fui a uma igreja que acreditava em ungir com azeite, e fui curado instantaneamente. Vi então que os discípulos tinham algo que a maioria dos ministros não tem hoje. Os discípulos foram batizados com o Espírito Santo e assim podiam curar os enfermos e fazer milagres prodigiosos em Seu Nome. Assim, comecei a orar pelo batismo do Espírito Santo e O recebi.

Um dia, cerca de seis meses depois, Deus me deu o desejo do meu coração. Ele falou comigo numa grande Luz, dizendo-me para ir pregar e orar pelos enfermos e Ele os curaria, independente da doença que tivessem. Comecei a pregar e fazer o que Ele me disse para fazer. Oh, amigo, não posso começar a lhe contar tudo que aconteceu: Olhos cegos se abriram. O coxo andou. Cânceres foram curados, e todos os tipos de milagres foram feitos.

Um dia, ao pé da rua Spring, Jeffersonville, Indiana, depois de um reavivamento de duas semanas, eu estava batizando 130 pessoas. Era um dia quente de agosto e havia cerca de 3.000 pessoas presentes. Eu estava para batizar a 17ª pessoa, quando, de repente, ouvi aquela Voz mansa e delicada novamente, e ela disse: “Olhe para cima.” O céu estava como bronze naquele dia quente de agosto. Não tínhamos tido nenhuma chuva por cerca de três semanas. Ouvi a Voz novamente, e então novamente pela terceira vez, ela disse: “Olhe para cima.”

Olhei para cima e veio do céu uma grande estrela resplandecente, que eu tinha visto muitas vezes antes, mas a respeito da qual não lhes tinha contado. Muitas vezes contei às pessoas sobre seu aparecimento e elas só riam e diziam: “Bill, você só está imaginando isso. Ou talvez você estivesse sonhando.” Mas graças a Deus, dessa vez Ele tinha Se mostrado visível a todos, porque chegou tão perto de mim que eu nem conseguia falar. Passados alguns segundos eu clamei e muitas pessoas olharam para cima e viram a estrela exatamente sobre mim. Algumas desmaiaram enquanto outras gritaram e outras saíram correndo. Então a estrela voltou para o céu e o lugar de onde ela havia saído tinha cerca de quinze pés quadrados [1,39 m2] e esse lugar continuou se movimentando e agitado ou como se ondas estivessem se formando. Havia se formado nesse lugar uma pequena nuvem branca e a estrela foi recebida nesta pequena nuvem.

Como João Batista, o profeta foi vindicado nas águas do Batismo.